sexta-feira, 27 de março de 2009

mercado nos bairros-Liberdade/09.12.05

"O mais belo dos belos" bairros de Salvador ganha destaque no
VI Mercado cultural"

O bairro da Liberdade é o mais negro e populoso de Salvador. Entrar nele nos traz a sensação de estar chegando a uma outra cidade. Ontem (09/12), o local foi destaque na programação Mercado nos bairros . Personalidades como o escritor Luis Fernando Veríssimo, o jornalista e também escritor Zuenir Ventura e a secretária municipal de educação e cultura do município, Olívia Santana, foram alguns dos presentes.

“A gente ensaiou muito para fazer bonito aqui hoje”, disse a porta - estandarte do Terno de Reis Estrela do Oriente, Viviane Ferreira, de 16 anos. Segundo a fundadora do Terno, Dona Josefina Gomes, de 88 anos, o intuito dessa expressão é louvar o nascimento do menino Jesus e “levar alegria para o público de todas as idades”. Apesar de toda a fama que o bloco carnavalesco Ilê Ayiê trouxe para Liberdade, ainda “existe uma dificuldade em sermos notados”, denunciou o artista plástico Robério Marcos. Ele falou também que é providencial a existência de mais eventos que ajudem a resgatar o valor artístico dos bairros de Salvador.
As atividades foram bem diversas. Desfile infantil de moda afro, roda de capoeira, distribuição de caruru e até um pouco de música erudita, com o Workshop de arranjo e composição da Itiberê Orquestra Família, movimentaram o dia. O jovem poeta Jemes Martins, 25 anos, declarou ser fã de Egberto Gismonti e agradeceu ao microfone a possibilidade de vivenciar o som de uma Orquestra. “Uma vez montei uma rádio aqui nesse mesmo espaço do colégio para tocar músicas diferentes, mas escutar ao vivo é uma experiência importante para nós”, disse com alegria.

A visita ao bairro ainda rendeu uma volta pelo Corredor Cultural da Liberdade. A famosa ladeira do Curuzu, o restaurante Wajeum de Mainha - que serve uma autêntica feijoada africana, o terreiro de Dona Hilda (Ilê Axé Jitolu), a sede do Ilê Aiyê e o belo terreiro de pai Aílton foram alguns pontos do percurso. “Eu consegui entender porque o baiano tem tanta dignidade e orgulho da sua cultura. Esse lugar é uma força de resistência das manifestações culturais negras”, observou Zuenir.



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