segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

... "auto-ajuda" bioenergética de verdade!

Inevitável não postar esta entrevista com o Dr. Jorge Carvajal (pioneiro da Medicina Bioenergética) que recebi hoje da minha terapeuta de Florais de Bach...  Chegou num dia ideal para refletir sobre "os ditos"... É longa, mas vale a pena, pois  ele é muito lúcido e pertinente nas colocações. Não é esoterismo... é auto-ajuda bioenergética de verdade!

O Dr. Jorge Carvajal é um médico cirurgião da Universidade de Andaluzia, Espanha. A entrevista é de  10 de março de 2009.

Qual adoece primeiro: o corpo ou a alma?
A alma não pode adoecer, porque é o que há de perfeito em ti, a alma evolui, aprende. Na realidade, boa parte das enfermidades são exatamente o contrário: são a resistência do corpo emocional e mental à alma. Quando nossa personalidade resiste aos desígnios da alma, adoecemos.
 
A Saúde e as Emoções.
 
Há emoções prejudiciais à saúde? Quais são as que mais nos prejudicam?
70 por cento das enfermidades do ser humano vêm do campo da consciência emocional. As doenças muitas vezes procedem de emoções não processadas, não expressadas, reprimidas. O medo, que é a ausência de amor, é a grande enfermidade, o denominador comum de boa parte das enfermidades que temos hoje. Quando o temor se congela, afeta os rins, as glândulas supra-renais, os ossos, a energia vital e pode converter-se em pânico.

Então nos fazemos de fortes e descuidamos de nossa saúde?
De heróis os cemitérios estão cheios. Tens que cuidar de ti. Tens teus limites, não vás além. Tens que reconhecer quais são os teus limites e superá-los, pois, se não os reconheceres, vais destruir teu corpo.
 
Como é que a raiva nos afeta?
A raiva é santa, é sagrada, é uma emoção positiva, porque te leva à autoafirmação, à busca do teu território, a defender o que é teu, o que é justo. Porém, quando a raiva se torna irritabilidade, agressividade, ressentimento, ódio, ela se volta contra ti e afeta o fígado, a digestão, o sistema imunológico.
 
Então a alegria, ao contrário, nos ajuda a permanecer saudáveis?
A alegria é a mais bela das emoções, porque é a emoção da inocência, do coração e é a mais curativa de todas, porque não é contrária a nenhuma outra. Um pouquinho de tristeza com alegria escreve poemas. A alegria com medo leva-nos a contextualizar o medo e a não lhe darmos tanta importância.
 
A alegria acalma os ânimos?
Sim, a alegria suaviza todas as outras emoções, porque nos permite processá-las a partir da inocência. A alegria põe as outras emoções em contato com o coração e dá-lhes um sentido ascendente. Canaliza-as para que  cheguem ao mundo da mente.

E a tristeza?
A tristeza é um sentimento que pode te levar à depressão quando te deixas envolver por ela e não a expressas, porém ela também pode te ajudar. A tristeza te leva a contatares contigo mesmo e a restaurares o controle interno. Todas as emoções negativas têm seu próprio aspecto positivo. Tornamo-las negativas quando as reprimimos.

Convém aceitarmos essas emoções que consideramos negativas como parte de nós mesmos?
Como parte para transformá-las, ou seja, quando se aceitam, fluem, e já não se estancam e podem se transmutar. Temos de canalizá-las para que cheguem à cabeça a partir do coração. Que difícil! Sim, é muito difícil! Realmente as emoções básicas são o amor e o medo (que é ausência de amor), de modo que tudo que existe é amor, por excesso ou deficiência. Construtivo ou destrutivo. Porque também existe o amor que se aferra, o amor que superprotege, o amor tóxico e destrutivo.
 
Como prevenir a enfermidade?
Somos criadores, portanto creio que a melhor forma é criarmos saúde. E, se criarmos saúde, não teremos que prevenir nem combater a enfermidade, porque seremos saúde.

E se aparecer a doença?
Teremos, pois, de aceitá-la, porque somos humanos. Krishnamurti também adoeceu de um câncer de pâncreas e ele não era  alguém que levasse uma vida desregrada. Muita gente espiritualmente muito valiosa já adoeceu. Devemos explicar isso para aqueles que crêem que adoecer é fracassar.
O fracasso e o êxito são dois mestres e nada mais. E, quando tu és o aprendiz, tens que aceitar e incorporar a lição da enfermidade em tua vida. Cada vez mais as pessoas sofrem de ansiedade. A ansiedade é um sentimento de vazio, que às vezes se torna um oco no estômago, uma sensação de falta de ar. É um vazio existencial que surge quando buscamos fora em vez de buscarmos dentro. Surge quando buscamos nos acontecimentos externos, quando buscamos muleta, apoios externos, quando não temos a solidez da busca interior. Se não aceitarmos a solidão e não nos tornarmos nossa própria companhia, sentiremos esse vazio e tentaremos preenchê-lo com coisas e posses. Porém, como não pode ser preenchido de coisas, cada vez mais o vazio aumenta.

Então, o que podemos fazer para nos libertarmos dessa angústia?
Não podemos fazer passar a angústia comendo chocolate ou com mais calorias, ou buscando um príncipe fora. Só passa a angústia quando entras em teu interior, te aceitas como és e te reconcilias contigo mesmo. A angústia vem de que não somos o que queremos ser, muito menos o que somos, de modo que ficamos no "deveria ser", e não somos nem uma coisa nem outra. O stress é outro dos males de nossa época. O stress vem da competitividade, de que quero ser perfeito, quero ser melhor, quero ter uma aparência que não é minha, quero imitar. E realmente só podes competir  quando decides ser um competidor de ti mesmo, ou seja, quando queres ser único, original, autêntico e não uma fotocópia de ninguém. O stress destrutivo prejudica o sistema imunológico. Porém, um bom stress é uma maravilha, porque te permite estar alerta e desperto nas crises e poder aproveitá-las como oportunidades para emergir a um novo nível de consciência.

O que nos recomendaria para nos sentirmos melhor com nós mesmos?
A solidão. Estar consigo mesmo todos os dias é maravilhoso. Passar 20 minutos consigo mesmo é o começo da meditação, é estender uma ponte para a verdadeira saúde, é aceder o altar interior, o ser interior. Minha recomendação é que a gente ponha o relógio para despertar 20 minutos antes, para não tomar o tempo de nossas ocupações. Se dedicares, não o tempo que te sobra, mas esses primeiros minutos da manhã, quando estás rejuvenescido e descansado, para meditar, essa pausa vai te recarregar, porque na pausa habita o potencial da alma.
 
O que é para você a felicidade?
É a essência da vida. É o próprio sentido da vida. Estamos aqui para sermos felizes, não para outra coisa. Porém, felicidade não é prazer, é integridade. Quando todos os sentidos se consagram ao ser, podemos ser felizes. Somos felizes quando cremos em nós mesmos, quando confiamos em nós, quando nos empenhamos transpessoalmente a um nível que transcende o pequeno eu ou o pequeno ego. Somos felizes quando temos um sentido que vai mais além da vida cotidiana, quando não adiamos a vida, quando não nos alienamos de nós mesmos, quando estamos em paz e a salvo com a vida e com nossa consciência. Viver o Presente.

É importante viver no presente? Como conseguir?
Deixamos ir-se o passado e não hipotecamos a vida às expectativas do futuro quando nos ancoramos no ser e não no ter, ou a algo ou alguém fora. Eu digo que a felicidade tem a ver com a realização, e esta com a capacidade de habitarmos a realidade. E viver em realidade é sairmos do mundo da confusão.

Na sua opinião, estamos tão confusos assim?
Temos três ilusões enormes que nos confundem:
Primeiro: cremos que somos um corpo e não uma alma, quando o corpo é o instrumento da vida e se acaba com a morte.
Segundo: cremos que o sentido da vida é o prazer, porém com mais prazer não há mais felicidade, senão mais dependência... Prazer e felicidade não são o mesmo. Há que se consagrar o prazer à vida e não a vida ao prazer.
Terceiro: ilusão é o poder; desejamos o poder infinito de viver no mundo. E do que realmente necessitamos para viver? Será de amor, por acaso?
O amor, tão trazido e tão levado e tão caluniado, é uma força renovadora. O amor é magnífico porque cria coesão. No amor tudo está vivo, como um rio que se renova a si mesmo. No amor a gente sempre pode renovar-se, porque ordena tudo. No amor não há usurpação, não há transferência, não há medo, não há ressentimento, porque quando tu te ordenas, porque vives o amor, cada coisa ocupa o seu lugar, e então se restaura a harmonia. Agora, pela perspectiva humana, nós o assimilamos com a fraqueza, porém o amor não é fraco.
Enfraquece-nos quando entendemos que alguém a quem amamos não nos ama. Há uma grande confusão na nossa cultura. Cremos que sofremos por amor, porém não é por amor, é por paixão, que é uma variação do apego. O que habitualmente chamamos de amor é uma droga. Tal qual se depende da cocaína, da maconha ou da morfina, também se depende da paixão. É uma muleta para apoiar-se, em vez de levar alguém no meu coração para libertá-lo e libertar-me. O verdadeiro amor tem uma essência fundamental que é a liberdade, e sempre conduz à liberdade. Mas às vezes nos sentimos atados a um amor. Se o amor conduz à dependência é Eros. Eros é um fósforo, e quando o acendes ele se consome rapidamente em dois minutos e já te queima o dedo.Há amores que são assim, pura chispa. Embora essa chispa possa servir para acender a lenha do verdadeiro amor. Quando a lenha está acesa, produz fogo. Esse é o amor impessoal, que produz luz e calor.

Pode nos dar algum conselho para alcançarmos o amor verdadeiro?
Somente a verdade. Confia na verdade; não tens que ser como a princesa dos sonhos do outro, não tens que ser nem mais nem menos do que és. Tens um direito sagrado, que é o direito de errar; tens outro, que é o direito de perdoar, porque o erro é teu mestre. Ama-te, sê sincero contigo mesmo e leva-te em consideração. Se tu não te queres, não vais encontrar ninguém que possa te querer. Amor produz amor. Se te amas, vais encontrar amor. Se não, vazio. Porém nunca busques migalhas, isso é indigno de ti. A chave então é amar-se a si mesmo. E ao próximo como a ti mesmo. Se não te amas a ti, não amas a Deus, nem a teu filho, porque estás apenas te apegando, estás condicionando o outro. Aceita-te como és; não podemos transformar o que não aceitamos, e a vida é uma corrente permanente de transformações.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

"Moda Básica"

 
... porque o Centrão das cidades- aqui, em especial, a do Recife- e o "verdadeiro povão brasileiro" já é quase sempre carnavalesco até quando se propõe a ser básico! ;)

Aí eu finalizo o post descrevendo- e de alguma forma relacionando- as imagens acima a um trecho de entrevista da diretora de arte e figurinista Daniela Thomas que li a pouco no livro Vestindo os Nus, de Rosane Muniz e com o qual me identifiquei um bocado:
"O despreparo me ajudou a ser original. Não a originalidade buscada por excesso de sabedoria, de conhecimento, mas encontrada pela ingenuidade, por tentar fazer coisas que ninguém fez por falta de coragem ou excesso de informação."

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Who cares?

Dio Mio, hoje já é 22 de Fevereiro e, praticamente, já é carnaval aqui no Hellcífe!

E eu aqui... ainda numa angústia pra conseguir me concentrar na monografia em paralelo a uma vida tão cheia de demandas práticas e a configuração do espacinho Alinhada_modos, modas e cia - sem mencionar que tudo isso enquanto o bolso anda "vaziinho da silva"!

Pra variar, muitas águas rolaram este mês... muitas das quais eu gostaria "de lavar" aqui no blog... Enfim, não vou começar minha ladainha de novo em relação a passagem do tempo e dos dias de novo... Aliás, como diz Manuel de Barros e eu já postei no facebook hoje:
"O TEMPO SÓ ANDA DE IDA"!

Por falar nele, meu filhote delicioso e "muito voluntarioso" do coração fez 2 anos no último dia 17 e nós comemoramos neste sábado passado graças ao amor e também as finanças da Vovó Maristela. Foi uma feijoada em Aldeia pra família e os mais chegados. Eu devo postar fotos em um flickr que pretendo abrir só para acompanhar o crescimento dele, but... "Who cares", de fato, além dos citatos e olhe lá?!!!

Uma coisa que eu até tento evitar é a "ilustração exibicionista e/ou excessiva" de muita coisa da minha vida pessoal em imagens e texto. Mas, estranhamente e por exemplo, só consigo escrever aqui em tom confessional! Esta semana, inclusive, fiquei ainda mais reflexiva e  auto-crítica ao ler uma matéria na Revista Vida Simples (edição set ou out de 2009) no qual o título era "A era do tô me achando"... no ótimo texto o repórter citava que o fato de escrever e/ou fazer coisas sabendo que não são muito do interesse das pessoas é um sintoma vaidoso, tipo, escrever para não ser lido! hehehe
Caramba - pensei eu-, então quem sabe se auto-promover da melhor maneira a gerar muito atenção sobre sua vida pessoal e temas de interesses seria menos vaidoso do que eu que uso este blog mais como guia e/ou "expurgatório" de minhas questões interiores e trabalhos? O pior é que ainda fico com uma sensação que, no final das contas, ele ainda não serve bem a nenhum dos dois extremos vaidosos! hehehe

Enfim, fica este ponto de reflexão enquanto vou voltando a produzir novas peças pra marca Alinhada e tentando chamar atenção pra minhas "capacidades" e, quem sabe assim "chamar atenção para novos free las"!

Bem, prometo que vou tentar postar mais sobre assuntos de interesses gerais... só não quero regredir no meu "alinhamento" de ego e vida!

(parênteses)
link da matéria:

http://vidasimples.abril.com.br/edicoes/084/grandes_temas/conteudo_503318.shtml

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

"Encontros budistas"... (divulgação de 1!)

Eu estou frequentando a sede do CEBB -Centro de Estudos Budistas Bodisatva - na Av.Rosa e Silva a pouco menos de 1 ano... O CEBB é "encabeçado" pelo primeiro Lama ordenado no nosso país: o Padma Santem. Lá eles não só se preocupam em nos passar instruções para diversos tipos de meditação, como têm estudos e discussões a cada encontro e atividades gregárias extra rotineiras. 

Inclusive, seria difícil e muito pessoal tentar resumir ou explicar aqui o quanto foi importante e especial encontrar este lugar e cultivar este hábito em um momento muito difícil e complexo da minha vida... O que importa mais agora- e, na verdade, até me espanta que eu não tenha feito antes- é poder compartilhar e divulgar na medida do possível todas as ações benéficas desta organização, assim como a incrível retórica e sabedoria do Lama.

Só gostaria de registrar e agradecer aqui aos meus instrutores Lia Beltrão e João valenga, assim como ao Lama por começar a me ensinar outras possibilidades de ser, estar e meditar no mundo... acredite, o budismo pode ser complexo na apreensão inicial, mas se objetiva em princípios simples e quase óbvios...

(parênteses)
 www.cebb.org.br/ (site)

Há muito eu devia para alguns amigos uns pontos que anotei da última palestra do Lama no Departamento de Educação da UFPE (lá há uma pós graduação em Educação e Espiritualidade e o Lama costuma ir mensalmente!). Foi em dezembro do ano passado, muito simbólica do que eu e meu marido estávamos precisando escutar naquele momento...
Segue:
 - O universo em um átomo.
(Dalai Lama)

-As coisas surgem e desaparecem...

-O pensamento dogmático/revelado é um caminho que o budismo não percorre.

-O budismo não trabalha com verdades reveladas, pois a verdade revelada é um problema.

-As pessoas são defensoras de suas posições e o caminho para a lucidez não precisa ser exercido assim.

-Os cientistas deveriam revelar suas teorias e largá-las para enxergar adiante.

- Os cientistas são crentes, os budistas são céticos.

-O processo econômico está baseado em crenças... Os PHD´s e prêmios Nobel, por exemplo, não impediram o afundamento da economia.

-O pensamento econômico está operando dentro de uma visão obstruída que não é interessante.

-A organização do trabalho é regida pela economia, não a nação.

-A maior parte do processo educacional está voltada para a educação instrumental. No entanto, é mais enriquecedor educar para se ter uma visão particular das coisas.

-A base da estruturação da felicidade é a compaixão.

-Cada especialidade médica quer olhar um diagnóstico como um caso de sua especialidade.

-Educação é conseguir gerar um conhecimento livre de obstrução.

-Nós precisamos convergir para um pensamento universal.

-Todos os seres têm o mesmo pensamento, que é prático.

-O que o budismo tem a nos dizer sobre os nossos tempos?
Não esperar uma teoria. O budismo tem muitas coisas a nos dizer se compreendermos a dimensão prática deste pensamento.

-Os processos de aprendizado não se reduzem apenas a educação cognitiva. Raramente se toca nas questões emocionais e ocultas.

-A ciência tem que produzir lucidez. E não a dicotomia entre o pensamento oriental e ocidental.

-Há oposição entre filosofia e espiritualidade? Não.
Ler: “Exercícios espirituais e filosofia” (Pierre Hadot)

-As fixações não têm capacidade de produzir obstrução completa.

-A nossa natureza é, essencialmente, livre das nossas obstruções e fixações.

-O “eu operativo” é o fato de nós estarmos surgindo como alguém sustentando alguma coisa. Você não deve se impregnar por aqueles aspectos sutis que as obstruções (que as ações condicionadas) estabelecem...  

-O silêncio nos oferece uma experiência além das outras, radical... Inclusive, dentro da preparação dos atores, é essencial o silêncio!

-O som só é ouvido dentro do silêncio, os dois operam juntos!

-A nossa educação atual busca condicionamentos, respostas automatizadas- que se assemelham aos carmas, que são estruturas condicionadas. Temos que educar para o pensar!

-Nós não precisamos perder a capacidade de associar as coisas, mas sim de gerar verdades condicionadas.

-O condicionamento já está na pergunta, na forma que estou avaliando... A observação do mundo interno constrói aparências externas. E o mundo interno deve ser incluído no processo de educação.
-O nosso contato fenomenológico com o mundo precisa ser examinado.

-Como se dá a percepção do mundo quando é externo? Podemos utilizar várias visões que podem ser opostas.

- O nosso refúgio é a liberdade de estabelecer conexões... Os temas devem ser transversais e não devemos ficar limitados no que sabemos e sim ampliar a noção da complementariedade, ao invés das contradições! E este, é um aspecto essencial da verdadeira educação.

-Todas as visões de mundo podem ser contraditórias, assim como todas as verdades são parciais! (Lama Padma Samten)

-O processo de educação nos livra do que pensamos que somos e tomamos refúgio.

-Não há o que não seja caminho.

-O caminho está na ilusão.
ARTE=METODOLOGIA
A arte já é a ilusão e como percebo e dou sentido à tudo!

-A arte como poder de psicoterapia:
1.corpo
2.energia
3.mente
4.paisagem
5.céu

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

ítens da agenda do dia (e/ou ansiedades!)

Eu só consegui começar o meu dia de afazeres a pouco menos de meia hora, pois estava colocando o meu pequeno para dormir desde às 10:40 da manhã... E sabe porque ele demorou tanto? Não porque estava sem sono-ele estava era com muito!- mas, muito por conta, justamente, da minha ansiedade em começar o dia...

É impressionante a ansiedade que me aflige todas as manhãs quando chego do Yoga e termino o café, seguido de um banho... Sempre fico um pouco assoberbada em relação a qual "ítem da minha agenda" devo priorizar, termino perdendo pequenos momentos da "minha real presença" comigo mesma e ao lado do meu filho- que sente do seu jeito isso...  (Assim como eu!)

Tanto sente que, quando me disponho- com uma certa inevitabilidade de culpa-, ao colocá-lo para dormir todas as manhãs, ele denuncia a minha "presente-ausência" se recusando a fechar os olhos porque sabe que, mesmo que eu dê beijinhos e cheiros na sua cabecinha e cangote com muito amor, na real, a minha presença não está inteira ali naquele momento e sim dividida com um turbilhão de demandas que nem sei se vou conseguir dar conta depois dali...

O mais engraçado é que nesse depois eu me sinto é péssima! Tanto por não me considerar uma mãe muito disponível e entregue o quanto desejo, como por não conseguir riscar (literalmente e com marcador verde, viu?!) todos os ítens da agenda que tenho a cumprir no dia... E o tempo passa e passa... quando vejo, já é hora do almoço e/ou então de vir aqui tentar entender e dialogar um pouco com a minha ansiedade... me expondo!

... e  essa minha busca incessante (e acho que de todos, não?)"pelas coisas" é para o que na sua verdadeira essência, para quais fins de fato- fora o sustento financeiro? 

Cada vez mais me dou conta que nossas escolhas pessoais, pragmaticamente justificadas, refletem de forma considerável e política não só nas nossas construções de mundo e sim na de todos ao nosso redor... Imagina na de nossos filhos?!!! É uma "responsabilidade-armadilha" a criação de um filho, muito também pela questão de estarmos nos criando e nos reiventando em paralelo a tantas ansiedades e afazeres que nos impedem de contemplar e singularizar pequenos momentos... E parece que muitas vezes precisamos de filmes e fotos dos outros para resignificar eles nas nossas vidas!

(parênteses)
Eu estou angustiada com o fato de ter voltado a ficar free la, e, ao mesmo tempo, voltei a ficar free la porque "quase adoeci" com o fato de trabalhar muito para outras pessoas e projetos e não acompanhar as sutis evoluções de crescimento do meu filho- que completa 2 anos do próximo dia 17, por sinal. Também confesso que não ganhar o suficiente para essas renúncias, também pesa. No entanto, não ter alguma grana certa para pagar as contas básicas no final do mês me faz perder o equilíbrio em relação a viver um dia de cada vez crendo nas minhas escolhas...

... pedi para sair do meu último emprego- na Fina Produção (da querida Melina)- não pela falta de apreço ao lugar e trabalho e sim pela necessidade de ficar mais livre para escrever a monografia da minha pós-graduação em Moda, assim como para ter mais tempo de focar e "projetar" os meus projetos e principais interesses... 

Mas, é estranho como para mim tudo isso que eu tinha em vista se dilui fácil nas demandas prioritárias e emergenciais do dia a dia como: dormir, comer, cuidar de Joaquim, fazer amor, fazer yoga, meditar, pagar as contas e- porque não e sem hipocrisias- checar os emails, o facebook e tentar não se tornar uma pessoa invisível na net...