Eu estou frequentando a sede do CEBB -Centro de Estudos Budistas Bodisatva - na Av.Rosa e Silva a pouco menos de 1 ano... O CEBB é "encabeçado" pelo primeiro Lama ordenado no nosso país: o Padma Santem. Lá eles não só se preocupam em nos passar instruções para diversos tipos de meditação, como têm estudos e discussões a cada encontro e atividades gregárias extra rotineiras.
Inclusive, seria difícil e muito pessoal tentar resumir ou explicar aqui o quanto foi importante e especial encontrar este lugar e cultivar este hábito em um momento muito difícil e complexo da minha vida... O que importa mais agora- e, na verdade, até me espanta que eu não tenha feito antes- é poder compartilhar e divulgar na medida do possível todas as ações benéficas desta organização, assim como a incrível retórica e sabedoria do Lama.
Só gostaria de registrar e agradecer aqui aos meus instrutores Lia Beltrão e João valenga, assim como ao Lama por começar a me ensinar outras possibilidades de ser, estar e meditar no mundo... acredite, o budismo pode ser complexo na apreensão inicial, mas se objetiva em princípios simples e quase óbvios...
(parênteses)
www.cebb.org.br/ (site)
Há muito eu devia para alguns amigos uns pontos que anotei da última palestra do Lama no Departamento de Educação da UFPE (lá há uma pós graduação em Educação e Espiritualidade e o Lama costuma ir mensalmente!). Foi em dezembro do ano passado, muito simbólica do que eu e meu marido estávamos precisando escutar naquele momento...
Segue:
- O universo em um átomo.
(Dalai Lama)
-As coisas surgem e desaparecem...
-O pensamento dogmático/revelado é um caminho que o budismo não percorre.
-O budismo não trabalha com verdades reveladas, pois a verdade revelada é um problema.
-As pessoas são defensoras de suas posições e o caminho para a lucidez não precisa ser exercido assim.
-Os cientistas deveriam revelar suas teorias e largá-las para enxergar adiante.
- Os cientistas são crentes, os budistas são céticos.
-O processo econômico está baseado em crenças... Os PHD´s e prêmios Nobel, por exemplo, não impediram o afundamento da economia.
-O pensamento econômico está operando dentro de uma visão obstruída que não é interessante.
-A organização do trabalho é regida pela economia, não a nação.
-A maior parte do processo educacional está voltada para a educação instrumental. No entanto, é mais enriquecedor educar para se ter uma visão particular das coisas.
-A base da estruturação da felicidade é a compaixão.
-Cada especialidade médica quer olhar um diagnóstico como um caso de sua especialidade.
-Educação é conseguir gerar um conhecimento livre de obstrução.
-Nós precisamos convergir para um pensamento universal.
-Todos os seres têm o mesmo pensamento, que é prático.
-O que o budismo tem a nos dizer sobre os nossos tempos?
Não esperar uma teoria. O budismo tem muitas coisas a nos dizer se compreendermos a dimensão prática deste pensamento.
-Os processos de aprendizado não se reduzem apenas a educação cognitiva. Raramente se toca nas questões emocionais e ocultas.
-A ciência tem que produzir lucidez. E não a dicotomia entre o pensamento oriental e ocidental.
-Há oposição entre filosofia e espiritualidade? Não.
Ler: “Exercícios espirituais e filosofia” (Pierre Hadot)
-As fixações não têm capacidade de produzir obstrução completa.
-A nossa natureza é, essencialmente, livre das nossas obstruções e fixações.
-O “eu operativo” é o fato de nós estarmos surgindo como alguém sustentando alguma coisa. Você não deve se impregnar por aqueles aspectos sutis que as obstruções (que as ações condicionadas) estabelecem...
-O silêncio nos oferece uma experiência além das outras, radical... Inclusive, dentro da preparação dos atores, é essencial o silêncio!
-O som só é ouvido dentro do silêncio, os dois operam juntos!
-A nossa educação atual busca condicionamentos, respostas automatizadas- que se assemelham aos carmas, que são estruturas condicionadas. Temos que educar para o pensar!
-Nós não precisamos perder a capacidade de associar as coisas, mas sim de gerar verdades condicionadas.
-O condicionamento já está na pergunta, na forma que estou avaliando... A observação do mundo interno constrói aparências externas. E o mundo interno deve ser incluído no processo de educação.
-O nosso contato fenomenológico com o mundo precisa ser examinado.
-Como se dá a percepção do mundo quando é externo? Podemos utilizar várias visões que podem ser opostas.
- O nosso refúgio é a liberdade de estabelecer conexões... Os temas devem ser transversais e não devemos ficar limitados no que sabemos e sim ampliar a noção da complementariedade, ao invés das contradições! E este, é um aspecto essencial da verdadeira educação.
-Todas as visões de mundo podem ser contraditórias, assim como todas as verdades são parciais! (Lama Padma Samten)
-O processo de educação nos livra do que pensamos que somos e tomamos refúgio.
-Não há o que não seja caminho.
-O caminho está na ilusão.
ARTE=METODOLOGIA
A arte já é a ilusão e como percebo e dou sentido à tudo!
-A arte como poder de psicoterapia:
1.corpo
2.energia
3.mente
4.paisagem
5.céu
Carol, que ótimo. Adoro o Padma Samten. MAs olha, ele não é o único lama ordenado no Brasil, não tá? :) Não sei te dizer quantos temos ao certo mas eu já conheci pelo menos outros dois. Um é carioca e o outro é paulista, além do Padma Samten. São de linhagens diferentes mas, todos brasileiros. Beijocas!!!
ResponderExcluir((: isso mesmo, o Lama foi o primeiro Lama ordenado. Mas que declaração bonita, Carol! (:
ResponderExcluirNão entendo nada de moda, mas teu blog é um arraso.
Brigado você pela gentileza e carinho.
bjo e até amanhã
joão