sexta-feira, 22 de julho de 2011

" 'Pazes' conosco e com o mundo"_NORDESTE SEDIA UM DOS MAIORES EVENTOS BUDISTAS DO PAÍS


Quando o Lama Padma Samten afirma em um dos seus livros que "o budismo é experimental, não há nada para acreditar, é preciso testar" é uma grande máxima que tenho experimentado de verdade na minha vida terrena... É claro que a minha busca por ensinamentos espiritualistas também procura, de alguma forma, um pouco de suspensão do dia a dia e da vida prática. Mas, a minha humilde iniciação nestes ensinamentos milenares me deixam pouco a pouco mais certa de que a única maneira de encontrarmos paz interior e lampejos de iluminação é vivendo e encarando com lucidez os desafios das nossas vidas diárias e mundanas... O buda primordial, o Buda Sakiamuni, passou 6 anos isolado e meditando na floresta, com todas as privações ditas humanas, mas só se iluminou mesmo quando restituiu sua saúde corporal e foi pro mundo!
Engraçado estar postando essa mensagem aqui logo após o texto que escrevi mencionando o processo de envelhecimento dos nossos corpos... Mas, é a minha gradativa apreensão dos objetivos e ensinamentos budistas que tem me permitido harmonizar a paz que eu procuro dentro de mim, da minha vida espiritual e "real"- mas, isso tudo não poderia ser a mesma coisa? Afinal, somos todos um?

Pois bem, não vou me estender porque há muita informação abaixo sobre eventos importantíssimos na busca por uma série de "pazes" conosco e com o mundo...

NORDESTE SEDIA UM DOS MAIORES EVENTOS BUDISTAS DO PAÍS  

Um dos principais mestres budistas da contemporaneidade, Sua Santidade Sakya Trizin, visitará o Brasil pela primeira vez e o Nordeste será um dos locais de maior destaque na sua programação.
Entre os dias 25 e 26 de julho, ele estará em Recife, visitará a comunidade do Coque e logo depois em Timbaúba, oferecendo ensinamentos e iniciações. De forma paralela, serão realizados o Fórum de Culturas pela Paz: Superar a Violência, o I Encontro Internacional de Culturas pela Paz, no Coque, em Recife e o II Encontro de Mente, Educação e Cultura, com o tema “A contribuição do budismo na ação social”. A última atividade, o evento Nascido no Tibet, será realizado no Teatro Guararapes, no Centro de Convenções de Olinda, a um preço simbólico: R$ 10,00. Na ocasião, será realizada uma conferência com jornalistas e uma benção especial.
Figura de grande importância no budismo tibetano, Sua Santidade tem se dedicado a disseminar ideais de compaixão e uma abordagem de cultura de paz, que seria uma possibilidade de conectarmos nossas vidas, seja nos aspectos sociais ou pessoais, a uma concepção de mundo na qual a violência perde o sentido.
Veja a seguir mais detalhes sobre cada dia da programação.

Fórum de Culturas pela Paz: Superar a Violência
O fórum ocorrerá no dia 23 de julho, com o objetivo de partilhar e questionar experiências ligadas à superação da violência e afirmação da paz. Entre os temas, estão os movimentos sociais, a justiça ambiental e a escolarização.

I Encontro Internacional de Culturas pela Paz
O encontro terá diálogos entre representantes cristãos e budistas sobre paz e espiritualidade, com foco na personalidade do falecido arcebispo de Olinda e Recife, fundador da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e figura central da ala progressista da Igreja Católica, Dom Hélder Câmara.

            II Encontro de Mente, Educação e Cultura, com o tema “A contribuição do budismo na ação social”. 
 Será realizado nos dias 24 e 25 de julho, com encontros que discutem as contribuições do budismo no campo social, com ações voltadas para promover uma cultura de paz. A influência dessa visão hoje é bastante estudada na Universidade Federal de Pernambuco, a partir do projeto Coque Vive. Em Timbaúba, teve início um trabalho de sensibilização no campo das plantas medicinais e fitoterapia, em parceria com a Prefeitura.

            Todos os encontros são gratuitos.

Horários, locais e todas as informações sobre a programação de Sua Santidade Sakya Trizin em Pernambuco estão disponíveis no blog http://sakyatrizinpe.blogspot.com/ - Mais informações com João Vale no (81) 9737-1415 ou no email joaovalesanga@gmail.com

 

terça-feira, 19 de julho de 2011

... colocando na balança: o peso dos 30!


A algum tempo eu ando pensando sobre a emblemática idade dos 30 anos na vida de uma mulher...   especialmente, a minha! 
Confesso que até o ano passado- aos 29- eu ainda sentia um pouco distante a possibilidade de começar a perder o meu "viço juvenil"... Mas, parece que o metabolismo feminino tem um pacto com a saída da casa dos 20, um tipo de acordo com “o coisa ruim” se a gente não começar a se comportar “mais diretinho”! hehehe

Para mim, foi algo meio que instantâneo de 1 ano para cá, já a caminho dos 31: percebi que meu metabolismo começou a desacelerar, a exigir mais exercícios e menos comida e uma série de “marcas meeega expressivas dos meus anos dourados” começaram a ficar salientes na minha pele- que já não reluz fácil como antes! 
Desde já, peço desculpas aos meus guias espirituais na terra e no céu, assim como aos meus instrutores de yôga, meditação, ensinamentos budistas e cia... Mas a aceitação resignada do envelhecimento do corpo físico é uma tarefa UÓO!
Não tem compaixão e desapego que me façam “contemplar” meus quilinhos a mais, a multiplicação dos meus furinhos de celulite e a diminuição das minhas felizes investidas gastronômicas! É fato: a atividade do nosso corpo é decrescente, por mais que nos esforcemos. No entanto, em paralelo, temos a graça do amadurecimento emocional (e espiritual para os que procuram mesmo!), assim como uma contemplação de vida menos superficial e mais lúcida. 
Certo, mas e aí? E aí que a vida nos fornece livre arbítrio até na medida do “embarangamento”... ou seja, na maneira de envelhecer e contemplar a decrepitude inevitável dos nossos corpos!
Também reconheço tristemente aqui que a minha suposta área de mais atuação profissional (dos últimos tempos! pois já atuei e também atuo em outras frentes...) seja uma das mais responsáveis pelo estímulo do fetichismo corporal contemporâneo voltado para a juventude eterna- que mesmo com tantas técnicas estéticas e avanços científicos, nunca vai existir! Segundo Pascale Navarri (em Moda e Inconsciente), “a melancolia da moda pode levar aquele ou aquela que só consegue investir em si mesmo, por meio da imagem visual do próprio corpo idealizado, jovem, perfeito e permanentemente (imagem que alimenta o visual-auto-sexy), a não poder separar-se dele.”.
É engraçado que a moda tendo como princípio básico de existência literal a sua efemeridade, não aceite a as transformações mais claras e “IN”evitáveis de nossas vidas: o nascimento, vida e morte do nosso corpo e dos seus aspectos vibrantes e juvenis. E complemento este raciocínio de novo com a ajuda da psiquiatra Navarri: “Essa configuração, parece, encontra-se cada vez com maior freqüência entre os obcecados pelo infantilismo corporal, os novos seres híbridos da moda: os velhos jovens que deixam apenas a seus jeans a possibilidade de parecer usados e envelhecidos.” 
Eu, por exemplo, não vejo nada demais na busca pela saúde, equilíbrio e beleza nas nossas vidas, mesmo que tenham um peso no direcionamento estético. Mas, acho problemático quando nos contaminamos e alienamos com ideais que só nos trazem mais paralisação de tempo, neuroses e angústias para a vida psíquica- que já é, naturalmente, tão perturbada, cheia de cobranças e questionamentos obscuros.
Não sei... eu sinto algo de muito equivocado nos tempos em que vivemos e talvez seja eu mesma tentando lutar contra esses tipos de envenenamentos mentais que, às vezes, chegam de formas tão sutis e naturalizadas quanto as medidas a mais na fita métrica!
Eu, depois do último brigadeiro degustado e até este momento, encontrei duas saídas... ou vou ser uma balzaquiana gordinha bem feliz e muito saudosista da minha juventude festiva, no entanto resignada e que não promove muitos esforços na manutenção da minha saúde corporal e mental. Ou, posso ser uma balzaquiana esforçada numa luta lúcida e pacífica contra todas as coisas ruins da gravidade e do tempo- incluindo aqui o peso dos orgulhos, das invejas, dos desejos-apegos, dos medos-raivas e das ignorâncias-obtusidades mentais. 

domingo, 3 de julho de 2011

"Cópia Fiel"

Eu ando bem desatualizada de tendências de moda... confesso! Também já disse outras vezes que o meu interesse pela área perpassa, cada vez mais, menos "pelas amenidades" do que está IN ou OUT!
Gente, "pelo amorrrr", essa discussão é ou não ultrapassada- fora a questão econômica de que é o mercado que nos disponibiliza ou não tais produtos? Bem, parece que não para a maioria das pessoas, porque os blogs imagéticos sobre moda e estilo, assim como seus seguidores, se proliferam na internet sem dó nem piedade e, muito menos, reflexão!

Eu sei que o espaço virtual não é muito indicado para quem quer filosofar ou divagar sobre determinados assuntos- como, principalmente, "modos, modas e cia"-, mas eu continuo me distanciando cada vez mais da possibilidade de falar sobre o vestido de alguma celebridade sem que isso também tenha por trás alguma  outra relevância discursiva ou, pelo menos, afetiva !

Bem, para não me estender (como quase sempre!) de uma maneira talvez tediosa e difícil de ser lida no ritmo frenético " desta rede com rombos enormes de informação" que é a internet (acredito que hoje o que importa é como peneiramos esse mar de informações que nos chegam a cada acesso e não a quantidade de desfiles que a gente consegue assistir no site da São Paulo Fashion Week!)-,vou direto ao objetivo inicial da minha postagem... 
 Falar de maneira pessoal e encantada sobre alguns figurinos de personagens de atrizes lindas e talentosas que vi em filmes recentes.

Um que não me sai da cabeça é o "vestido-camisola" de seda pura (da Lanvin, táh!) que Juliette Binoche usa em Cópia Fiel, de Abbas Kiarostami...

Eu me surpreendi com a sua divagação,  realisticamente, encenada e um tanto quanto pessimista- mas, não menos, divertida e sarcástica- quanto as questões de gênero relativas aos laços de amor e as perspectivas diferentes de levar suas vidas e "uma vida a dois". 

À parte essas observações, confesso também que não pude deixar de pensar- "copiado e conforme tanta gente"- o quanto Juliette Binoche estava elegante e estilosa naquele vestido e na sutileza do colar de mariposa (em ouro, é claro!), no cinto amarrado na sua cintura de mulher madura, no salto delicado que só uma dama com estilo usa para caminhar ao ar livre e, por fim, num casaco preto despojadamente "jogado" por cima!

Inclusive, me emocionei um bocado com uma cena aparentemente ingênua, mas incrivelmente deliciosa e feminina... quando ela vai ao banheiro de um restaurante  para passar batom e escolher um novo par de brincos... não vou contar com especifidades pra não estragar a delícia de ir descobrindo as sutilezas e os jogos de gênero da obra!

Eu saí encantada do filme... com tudo! Com o roteiro, a direção, a atuação e, muitíssimo, com o figurino que eu assumo que fiquei com vontade de copiar! Não  porque ele está na moda, ou porque descobri que é da Lanvin... para mim ele fez sentido não pela marca, mas pelo estilo e áurea que a atriz e personagem imprimem naquela roupa dentro de uma história que, de fato, se comunicou comigo fora do contexto "ctrl c ctrl v" do universo fashion!

Alguns filmes específicos e os seus figurinos me trazem grande inspiração para me vestir e produzir roupa. No entanto, mesmo que eu pense em CO-PI-AR, eu espero que as minhas singularidades não me permitam conseguir!

(parênteses):
... uma olhadinha neste trailer que eu selecionei entre vários... aiii, "me encanta"!