terça-feira, 19 de maio de 2009

pacote maternal e um dos seus tópicos sem manual

Tanta coisa pra escrever... textos diários passam pela minha cabeça, as palavras urgem em sair e se registrarem por aqui! Gostaria de contar o máximo possível dos "fatos e fotos" vivenciados no dia a dia! Mas, Joaquim cresce e, cada vez mais, me chama: a vida pulsa dentro dele e ele só pode, ainda, vivê-la através de mim!

É uma delícia ainda estar plena e unicamente responsável por ele, mas confesso que gostaria sim de encontrar, de "bater o santo" com uma secretária-doméstica que tenha perfil, carinho e boa energia pra cuidar de criança. Principalmente, da minha cria! Esta é uma necessidade e, ao mesmo tempo, um dilema- que se confirma cada vez mais em uma necessidade, caso eu queira ir retomando minhas atividades! Desculpa a rima pobre, mas é assim mesmo que a questão se organizou na minha cabeça...

A verdade é que vivemos em um país cheio de gente pobre e/ou miserável, literalmente sem educação. E são, em maior parte, estas pessoas (herdeiras de um sistema colonialista que não criou políticas reparatórias para a escravidão) que se candidatam a prestar serviços em nossas casas! Poucos, ou melhor dizendo, poucas- porque a maioria são mulheres, se entendem como profissionais prestadoras de um trabalho digno e importante na sociedade-que, diga-se de passagem, também não ajuda tanto nesta valorização. Raras são as que, se quer, sabem ler e entender uma frase, quiça um texto! Elas vão trabalhar quase que instintivamente, por questão de sobrevivência e não de escolha. Assim, muitas vezes termina ficando muito difícil achar a medida no jeito de tratar, de explicar a maneira como queremos o trabalho...
Sim: limpar, cozinhar ou tomar conta de um ente querido dentro de nossas casas é uma super e delicada tarefa, que pode ser explicada e cobrada! Mas, acho que em muitas destas ocasiões o chicote escravista do inconsciente coletivo chia dentro da cabeça dessas pessoas... muitas só funcionam na base do comando e da ordem, e não dos pedidos e do diáologo. E isso é muito triste e confuso!

Ando irritada com a falta de mão de obra qualificada para serviços domésticos ou para me ajudar a cuidar de Joaquim. No entanto, como exigir e confiar em alguém- que mal pôde se educar- que cuide sabiamente do seu filho? Fica aqui ainda a questão...
Para mim, está sendo muito difícil lhe dar com esta parte do pacote maternal: ter que ter alguém me prestando estes serviços mais de duas vezes por semana ou pensar em não fazer mais nada da vida por um bom tempo, além de cuidar de Joaquim e da casa! Adoraria ter culhão para escolher a segunda opção, mas confesso que não é só o "Chorôco" (um dos principais apelidinhos que eu e Marcelo demos pra ele) que anda me demandando muito... Existe em mim uma intensa pulsão em viver a vida não só com e para ele, mas também através dele... Sendo assim, esta ajuda me parece cada vez mais imprescindível mas, para esta parte do pacote, ainda não existem livros, manuais ou heranças me esclarecendo ou indicando como resolver!

Um comentário:

  1. Carol, bem vinda ao clube! Sempre que vejo uma recém mãe reclamar da mão-de-obra desqualificada lembro-me de mim, que sofro até hoje com isso. Que atire a primeira pedra quem nunca sofreu! Não foi a toa que passei 9 anos entre um filhote e outro, me preparando não para o bebê, mas... para as babás!!!
    Firme nos projetos que tudo passa! E vais conseguir driblar essas coisas e aproveitar o tempo bem melhor que antes: é uma das grandes lições da maternidade!!!
    Saudades de tu e louca pr conhecer o fofucho, que segundo soube, só tem pai... Bjs

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