domingo, 3 de julho de 2011

"Cópia Fiel"

Eu ando bem desatualizada de tendências de moda... confesso! Também já disse outras vezes que o meu interesse pela área perpassa, cada vez mais, menos "pelas amenidades" do que está IN ou OUT!
Gente, "pelo amorrrr", essa discussão é ou não ultrapassada- fora a questão econômica de que é o mercado que nos disponibiliza ou não tais produtos? Bem, parece que não para a maioria das pessoas, porque os blogs imagéticos sobre moda e estilo, assim como seus seguidores, se proliferam na internet sem dó nem piedade e, muito menos, reflexão!

Eu sei que o espaço virtual não é muito indicado para quem quer filosofar ou divagar sobre determinados assuntos- como, principalmente, "modos, modas e cia"-, mas eu continuo me distanciando cada vez mais da possibilidade de falar sobre o vestido de alguma celebridade sem que isso também tenha por trás alguma  outra relevância discursiva ou, pelo menos, afetiva !

Bem, para não me estender (como quase sempre!) de uma maneira talvez tediosa e difícil de ser lida no ritmo frenético " desta rede com rombos enormes de informação" que é a internet (acredito que hoje o que importa é como peneiramos esse mar de informações que nos chegam a cada acesso e não a quantidade de desfiles que a gente consegue assistir no site da São Paulo Fashion Week!)-,vou direto ao objetivo inicial da minha postagem... 
 Falar de maneira pessoal e encantada sobre alguns figurinos de personagens de atrizes lindas e talentosas que vi em filmes recentes.

Um que não me sai da cabeça é o "vestido-camisola" de seda pura (da Lanvin, táh!) que Juliette Binoche usa em Cópia Fiel, de Abbas Kiarostami...

Eu me surpreendi com a sua divagação,  realisticamente, encenada e um tanto quanto pessimista- mas, não menos, divertida e sarcástica- quanto as questões de gênero relativas aos laços de amor e as perspectivas diferentes de levar suas vidas e "uma vida a dois". 

À parte essas observações, confesso também que não pude deixar de pensar- "copiado e conforme tanta gente"- o quanto Juliette Binoche estava elegante e estilosa naquele vestido e na sutileza do colar de mariposa (em ouro, é claro!), no cinto amarrado na sua cintura de mulher madura, no salto delicado que só uma dama com estilo usa para caminhar ao ar livre e, por fim, num casaco preto despojadamente "jogado" por cima!

Inclusive, me emocionei um bocado com uma cena aparentemente ingênua, mas incrivelmente deliciosa e feminina... quando ela vai ao banheiro de um restaurante  para passar batom e escolher um novo par de brincos... não vou contar com especifidades pra não estragar a delícia de ir descobrindo as sutilezas e os jogos de gênero da obra!

Eu saí encantada do filme... com tudo! Com o roteiro, a direção, a atuação e, muitíssimo, com o figurino que eu assumo que fiquei com vontade de copiar! Não  porque ele está na moda, ou porque descobri que é da Lanvin... para mim ele fez sentido não pela marca, mas pelo estilo e áurea que a atriz e personagem imprimem naquela roupa dentro de uma história que, de fato, se comunicou comigo fora do contexto "ctrl c ctrl v" do universo fashion!

Alguns filmes específicos e os seus figurinos me trazem grande inspiração para me vestir e produzir roupa. No entanto, mesmo que eu pense em CO-PI-AR, eu espero que as minhas singularidades não me permitam conseguir!

(parênteses):
... uma olhadinha neste trailer que eu selecionei entre vários... aiii, "me encanta"!

2 comentários:

  1. Olá! Fui pesquisar quem era a figurinista de Cópia Fiel e achei seu blog! Eu trabalho com figurino e, ao contrário de vc, fiquei muito decepcionada com o figurino do filme, q deveria passar em branco já q os diálogos são maravilhosos e os atores também! Mas ele me incomodou muito. O vestido é lindo, mas aquele sutiã não compõe, ficou vulgar, a Juliette Binoche pra mim parecia uma lavadeira. E o colar então, desnecessário ser daquele tamanho se, mais pra frente ela ia colocar um brincão. Na cena do brinco e colar então, eu queria fechar os olhos, por tudo nesse plano me incomodou, o brinco enorme e feio + colar + sutiã lavadeira. E o casaco preto então, preto no cinema pra cenas de dia? Chapa demais, e os figurantes? Q medo eu fiquei do casal q eles encontram na praça. E o ator, judiação, pegaram um paletó 2 numeros maiores e os ombros ficaram caídos. Enfim, saí correndo do cinema e fui ver Madmen pra alegrar meu olhar com o figurino, rs. Mas gosto é gosto né?

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  2. Olá anônima. Acho que vc é mulher, sim? Gostaria de, primeiro, saber com quem estou me comunicando. Mas, vamos lá... Como vc mesma disse: gosto é gosto. Eu achei interesante o sutiã dela à mostra e acho bacana quebrar um formalismo execessivo fazendo com que o colar precisasse combinar com os brincos! Gosto de espontaneidade+realismo em filmes do que, propriamente moda. Aliás, acho ótimo contrapor e quebrar tabus de cores e formas. Não me incomodo com o paletó e em nenhum momento tive vontade de sair do filme... prova de que coisas diferentes devem nos mover na maneira de realizarmos nossos trabalhos! Eu gosto de intuição e não curto só combinações e perfeição, mesmo que seja pra Binoche. Acho muito simbólico pro contexto e momento do filme quando ela tenta colocar um brinco que nada tem a ver com o colar, quer dizer, é um elemento cênico bem poderoso pra reforçar o quanto ela não está na sua normalidade naquele momento... Enfim, seria super produtivo se pudéssemos dialogar sobre nossos contrapontos!

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