terça-feira, 19 de julho de 2011

... colocando na balança: o peso dos 30!


A algum tempo eu ando pensando sobre a emblemática idade dos 30 anos na vida de uma mulher...   especialmente, a minha! 
Confesso que até o ano passado- aos 29- eu ainda sentia um pouco distante a possibilidade de começar a perder o meu "viço juvenil"... Mas, parece que o metabolismo feminino tem um pacto com a saída da casa dos 20, um tipo de acordo com “o coisa ruim” se a gente não começar a se comportar “mais diretinho”! hehehe

Para mim, foi algo meio que instantâneo de 1 ano para cá, já a caminho dos 31: percebi que meu metabolismo começou a desacelerar, a exigir mais exercícios e menos comida e uma série de “marcas meeega expressivas dos meus anos dourados” começaram a ficar salientes na minha pele- que já não reluz fácil como antes! 
Desde já, peço desculpas aos meus guias espirituais na terra e no céu, assim como aos meus instrutores de yôga, meditação, ensinamentos budistas e cia... Mas a aceitação resignada do envelhecimento do corpo físico é uma tarefa UÓO!
Não tem compaixão e desapego que me façam “contemplar” meus quilinhos a mais, a multiplicação dos meus furinhos de celulite e a diminuição das minhas felizes investidas gastronômicas! É fato: a atividade do nosso corpo é decrescente, por mais que nos esforcemos. No entanto, em paralelo, temos a graça do amadurecimento emocional (e espiritual para os que procuram mesmo!), assim como uma contemplação de vida menos superficial e mais lúcida. 
Certo, mas e aí? E aí que a vida nos fornece livre arbítrio até na medida do “embarangamento”... ou seja, na maneira de envelhecer e contemplar a decrepitude inevitável dos nossos corpos!
Também reconheço tristemente aqui que a minha suposta área de mais atuação profissional (dos últimos tempos! pois já atuei e também atuo em outras frentes...) seja uma das mais responsáveis pelo estímulo do fetichismo corporal contemporâneo voltado para a juventude eterna- que mesmo com tantas técnicas estéticas e avanços científicos, nunca vai existir! Segundo Pascale Navarri (em Moda e Inconsciente), “a melancolia da moda pode levar aquele ou aquela que só consegue investir em si mesmo, por meio da imagem visual do próprio corpo idealizado, jovem, perfeito e permanentemente (imagem que alimenta o visual-auto-sexy), a não poder separar-se dele.”.
É engraçado que a moda tendo como princípio básico de existência literal a sua efemeridade, não aceite a as transformações mais claras e “IN”evitáveis de nossas vidas: o nascimento, vida e morte do nosso corpo e dos seus aspectos vibrantes e juvenis. E complemento este raciocínio de novo com a ajuda da psiquiatra Navarri: “Essa configuração, parece, encontra-se cada vez com maior freqüência entre os obcecados pelo infantilismo corporal, os novos seres híbridos da moda: os velhos jovens que deixam apenas a seus jeans a possibilidade de parecer usados e envelhecidos.” 
Eu, por exemplo, não vejo nada demais na busca pela saúde, equilíbrio e beleza nas nossas vidas, mesmo que tenham um peso no direcionamento estético. Mas, acho problemático quando nos contaminamos e alienamos com ideais que só nos trazem mais paralisação de tempo, neuroses e angústias para a vida psíquica- que já é, naturalmente, tão perturbada, cheia de cobranças e questionamentos obscuros.
Não sei... eu sinto algo de muito equivocado nos tempos em que vivemos e talvez seja eu mesma tentando lutar contra esses tipos de envenenamentos mentais que, às vezes, chegam de formas tão sutis e naturalizadas quanto as medidas a mais na fita métrica!
Eu, depois do último brigadeiro degustado e até este momento, encontrei duas saídas... ou vou ser uma balzaquiana gordinha bem feliz e muito saudosista da minha juventude festiva, no entanto resignada e que não promove muitos esforços na manutenção da minha saúde corporal e mental. Ou, posso ser uma balzaquiana esforçada numa luta lúcida e pacífica contra todas as coisas ruins da gravidade e do tempo- incluindo aqui o peso dos orgulhos, das invejas, dos desejos-apegos, dos medos-raivas e das ignorâncias-obtusidades mentais. 

4 comentários:

  1. pega as duas 'balzaquianas', mexe no liquidificador, bebe tudo! não engorda, e te fará feliiiiiz!!

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  2. Amiga Kerow, os 30 anos é uma bela idade, é a idade da razão acima de tudo!!! E ainda guardamos o mesmo pique e viço da nossa década dos 20! então a gente tem mais é que aproveitar esse momento lindo e tão fugaz da nossa vida!!!! Muitos escritores - Balzac e Jean Paul Sartre - renderam homenagens a mulher de 30 anos, não em vão!!!! O resto, questão de imagem, de celulite é bronca safada, isso a gente pode mudar é só querer... mais a graça dos 30 anos tem que ser celebrada a cada dia, porque eles ainda irão nos fazer muita falta amiga, pode acreditar!!! Te amo muito, beijo extra large!!!

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  3. Adorei os comentários de vcs amigas! Vou seguir ambos! hehehe

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  4. Pena dos que partiram antes... estamos vivas e com tudo que isso implica!

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