Maciel Salu_ A pisada é, honestamente, assim!
Num evento que foi marcado pelas homenagens aos mestres da cultura popular e pelo reconhecimento do tipo de sabedoria que eles nos trazem, nada mais expressivo do que o show de um descendente autêntico deste legado.Foi na noite de encerramento do VI Mercado Cultural, no Teatro Castro Alves, que Maciel apresentou em Salvador pela primeira vez o seu trabalho autoral, Maciel Salu e o Terno de Terreiro, fruto do seu primeiro disco “A pisada é assim”.
A fala, o jeito, o que diz Maciel sempre ressalta a importância que os mestres e as expressões populares tiveram em sua vida. “Meus mestres são meus professores. Minha história também vem da tradição de minha família, da tradição da rabeca, do Maracatu, do Mamulengo, Cavalo Marinho, da Ciranda, do Coco”. Mas, ele diz que também escuta “um pouquinho de cada coisa” e cita influências musicais contemporâneas como Nação Zumbi, Fela Kuti e até batidas eletrônicas como as do DJ Dolores-com quem já tocou no projeto Orquestra Santa Massa em outra edição do Mercado.
O trabalho de Maciel Salu é a própria confirmação do tema deste VI Mercado Cultural: Ubuntu-Eu sou porque você existe. Ele faz questão de dizer que sua música acontece por causa de toda uma cena cultural existente em Pernambuco. “A minha vida é a celebração de mostrar o meu cotidiano na minha música, o que eu gosto de fazer, o que eu aprendo com os meus mestres e com as coisas atuais. Eu não pesquiso pra fazer este trabalho, existe uma identidade própria entre Maciel Salu e a banda o Terno de Terreiro”, explica.
Indagado sobre o título deste primeiro disco, “A pisada é assim”, ele não titubeia em responder: “Porque eu vinha de um trabalho como a banda Chão e Chinelo, Dj Dolores e agora a pisada é assim porque é isso que eu gosto de fazer e não tem gravadora ou selo ou dinheiro que vá me comprar. Esse é o som que gosto de fazer e eu vejo que tem espaço e público!”.
Maciel não poupou elogios em relação ao Mercado Cultural. Na sua opinião, é uma grande qualidade o fato do evento prezar pela diversidade das atrações. “É um festival diferente. Vi meu grande mestre de Cavalo Marinho aqui, Mariano Telo, como também posso assistir ao show da Nação Zumbi que já é mais rock. Eu, por exemplo, nunca tinha visto um samba de roda ao vivo, quando vi, fiquei de boca aberta”, conta. É um evento que celebra a diversidade. É uma vitrine, tem muitos produtores e, além de tudo, é muito bem estruturado e organizado”.
O músico se sente feliz por ter sido selecionado entre tantos outros artistas e finaliza a conversa reforçando o “Ubuntu”: “É bom pra gente estar aqui e, assim, é bom pra Pernambuco”.
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