segunda-feira, 14 de maio de 2012

"Gestantes do Mundo"...


... confesso que só me inspirei em postar uma foto especial de dia das mães de ontem (12/05/12) do meu filhote Joaquim depois de ver a de tantas mamães queridas e suas crias pelo facebook e internet...

Joaquim me deu chão, prumo e um sentido maior neste mundo cão! 

... kilômetros de palavras ainda não conseguem contextualizar o amor incondicional que sinto por essa pequena criatura que "foi gestada" no meu caminho de vida e mudou drasticamente os rumos dele!

Mas, confesso que sou um pouco resistente à imersão do arrebatamento coletivo destas datas comemorativas... Pois, mesmo entendendo que os rituais e registros festivos são sempre importantes para nos lembrar e/ou reforçar sentimentos e conceitos  (o que curto!), o dia das mães como o natal e outras datas do tipo termina sendo mais importante pro comércio do que, de fato, significativo para o reconhecimento deste papel e trabalho tão importante na formação da humanidade no seu sentido amplo!

... ser mãe nesta contemporaneidade é ainda mais desafiador do que em outros tempos por vários aspectos, mas principalmente por mantermos todas as "obrigações femininas" dos tempos de machismo arcaico somada a necessidade de nos realizarmos profissionalmente e financeiramente tanto quanto os homens... olha, acho que devíamos ganhar um salário do governo de pelo menos 1 ano para nos dedicarmos mais e melhor às nossas crias que, naturalmente, depois que vão pro mundo para "gestar" ele...

Ou seja, as mães também precisam ser gestadas e acolhidas para desempenhar tamanha e tão comprometedora tarefa: povoar o mundo com seres que ajudem a gestar um mundo melhor!


quarta-feira, 18 de abril de 2012

"Afago de Thoreau"!


... juro por meu filho que quando escrevi este texto do post anterior eu ainda nem tinha acompanhado de perto os textos contrários e todas "as demais polêmicas" quanto ao #OcupeEstelita... escrevi aqui num surto de esperança e devido a participação presencial num movimento e causa coletiva que inundou meu coração... 

mas, estou com as idéias pertubadas ao saber e ler argumentos (até de queridos q eu achava compactuar "morais afins"!) tão tristemente embasados em uma "lógica progressista do individualismo capitalista"! :/

para "afagar poeticamente" o juízo fui dar uma lida ontem em "Walden, de H.D Thoreau" e me deparei (coincidentemente ao momento?) com o seguinte trecho:

"Da caverna passamos para os tetos de folhas de palmeira, de casca e galhos, de pano estendido, de palha e capim, de tábuas e taubilhas, de pedras e telhas. No final, não sabemos o que é viver ao ar livre, a nossa vida é mais doméstica do que pensamos. Da lareira ao campo há uma grande distância. Seria bom, talvez, que passássemos mais dias e mais noites sem qualquer obstáculo entre nós e os corpos celestes, que o poeta não falasse tanto sob um teto, ou o santo não parasse ali por tanto tempo. Aves não cantam em cavernas, pombas não alimentam sua inocência em pombais."


fui dormir um pouco menos triste e alimentada de uma esperança que, infelizmente, parece deslocada deste "novo modelo de mundo"! 

(parênteses)

... pesquisando à toa imagens sobre o autor e este lago que dá título ao livro, achei esta linda obra de um artista que eu ainda nem conhecia:




 > http://www.saatchi-gallery.co.uk/artists/artpages/gerhard_Walden.htm

segunda-feira, 16 de abril de 2012

... "a arte do movimento"

#OcupaEstelita
Neste exato momento, minha ocupação devia ser a leitura, a pesquisa e a escrita dos projetos que estão pagando as minhas contas e, felizmente, alimentando parte da minha alma. Mas, não consigo me ocupar de algo que não seja pensar e navegar pela repercussão do #OcupeEstelita na internet e em mim...

Eu li a pouco um excelente (e de bastante propriedade) texto da arquiteta e querida Marília Cireno (já com quase 90 compartilhamentos no facebook!), compartilhei um vídeo do cineasta e também querido Cláudio Assis invadindo a Rio+20 e entregando uma carta do movimento ao governador Eduardo Campos, já visualizei fotos bacanas que sintetizam parte do ato em si, acabei de baixar as poucas que eu mesma tirei ao mesmo tempo em que cuidava do meu amado filhote...

Joaquim (é o nome dele) estava ontem ali no Cais Estelita "tão desavisado", só querendo esvaziar - como sempre!- a enorme carga de energia diária que ele tem e, assumidamente e literalmente, eu e o pai estávamos unindo o "útil ao agradável": 
cumprindo as nossas amorosas funções de pais e marcando presença num raro e importante momento (não só movimento!) de sociabilidade em função de algo que não fosse apenas a necessidade - cada vez mais individualizada - que todos nós temos de dialogar, espairecer e/ou extravasar em espaços públicos que, na real, são quase sempre privados. 

Botecos, bares, restaurantes, festinhas, casas de amigos... É quase uma necessidade básica, uma causa séria de sanidade mental este aspecto da interação humana. No entanto, numa cidade violenta, caótica e, por vezes, hostil como o Recife, faltam verdadeiros espaços de congregação pública, assim como um sentimento e disposição acolhedora para interagir com "o vizinho desconhecido que ainda não sabemos de que panela faz parte"!

Falo isso tudo como um preâmbulo fundamental - e quem porventura tiver disposição para ler pode estar pensando: o que tem a ver lé com cré? - nesta questão de estarmos reivindicando um outro tipo de ocupação para o Cais Estelita... nós não só estamos com medo de vermos as zonas de proteção social dilaceradas, de encararmos diante de nós  uma "Nova Dubai", de perdemos uma saudável referência urbana e cultural da cidade do Recife, mas acredito também que de continuarmos nos contaminando com a paranóia que a impessoalidade e competitividade de estruturas arquitetônicas desta "não-natureza" nos traz se camuflando num sistema capitalista que só progride é em "valores concretos"!

Aos críticos desse "encontro" tão bonito e consciente que foi o #OcupaEstelita de ontem (15.04.12), àqueles que o rotulam elitista, burguês, tardio, ou talvez ainda enfraquecido política e financeiramente (como eu confesso ainda sentir!), qual seria a sugestão?
Não ocupar? "Não se ocupar? Não se movimentar e não aproveitar a ocasião para se "desarmar" e se sensibilizar com a singularidade de encontrar amigos, queridos, conhecidos e/ou desconhecidos que compactuam da mesma indignação social, política e econômica que você? 

Mesmo que tenhamos boas câmeras, iphones e camisas Henrig's para aplicar o estencil com "a arte do movimento", que mal existe nisso gente?! Uma coisa não nega a outra! Confesso que também tenho desejos de consumo, mas eles não me fazem perder a essência de uma das coisas que mais desejo na vida: um mundo com mais amor, menos concreto e "sinceros encontros de toda a natureza em espaços públicos mesmo que não mais tão verdes"!

Que o meu filho Joaquim possa se orgulhar daqui a uns anos de ter feito pic nic e umas pinturinhas num Cais Estelita que - com fé também em Deus (à quem também recorro quando tenho enfrentamentos com "forcas poderosas e ocultas!") - vai estar "ainda mais humanamente ocupado"!



(parênteses)

>link do texto de Marília Cireno
http://www.facebook.com/notes/atelier-seis/ocupa-ou-desocupa-o-%C3%BAltimo-suspiro-do-cais-jos%C3%A9-estelita/293229907418622

>link do vídeo de Craudão
http://youtu.be/QltfsKEnICg

>link do flickr do grupo Direitos Urbanos http://www.flickr.com/photos/direitosurbanos/sets/72157629462741968/  

>link de um vídeo do Vurto
 http://vimeo.com/40442387

>link de outro texto que achei bacana
http://www.horoscopo.blogspot.com.br/2012/04/naoescrevasemsaber.html

"... meditando nas causas, não só nos efeitos!"


quarta-feira, 21 de março de 2012

Práticas Diárias


Mais um dos lindos e simbólicos desenhos de minha querida Iansã Negrão- q pratica, divinamente, o ato de desenhar... 





 


hj, depois de alguns meses, fui pra minha aula de Yôga de manhã cedo - às 7h - e não à tarde (17h)... acordei 6h, dei um beijo no meu filho e marido, um bom dia pra funcionária, me enchi de coragem pra superar os "sempre insistentes resquícios de sono" e fui andando já para aquecer o corpo...

durante o caminho, fui me enchendo de energia e "prana" com o sol e a beleza da manhã... percebendo o movimento do despertar do meu bairro, das pessoas que vagam ou se apressam no meio da rua para chegar no trabalho e/ou em lugar nenhum! 

encontrei Mércia, a atendente da quitanda "Mangaio"a caminho de lá- aonde faço minha feira orgânica todas as quartas-feiras e sou chamada pelo nome ao entrar, coisa que para mim pagam os reaiszinhos extras dos seus preços. dei um tchauzinho e me senti muito grata pela sensação acolhedora de "reconhecimento da vizinhança"!

agradeci aos Deuses pela minha disposição física e o meu bom humor, que não me impediram de despertar e começar o dia com tanta positividade, deixando de lado as mazelas emocionais e tantas demandas pragmáticas diárias que por vezes tiram a poesia de se dedicar a pequenas e tão grandiosas atividades como essas descritas...

me contorci de contentamento ao chegar no Yôga e praticar.
respirei com muita vontade de superar todas as limitações, nódulos, dores e cegueiras - quase sempre construídas pela minha própria mente e ditadas pelas minhas priorizações na dinâmica de vida-
que "o meu ser" acumula todos os dias, a 31 anos...

pensei:

-como é importante ter cada vez mais atenção, dedicação, precisão e sutileza em todos os movimentos diários e repetitivos para que o corpo entre em harmonia com a mente e vice-versa...

pensei de novo, o óbvio:

- uma evolução pessoal e de felicidade nas nossas "paisagens de vida" só são adquiridas com a prática diária não só do Yôga, mas de tudo, inclusive dos bons pensamentos!


segunda-feira, 19 de março de 2012

"moda criativamente autônoma"...


Segue abaixo e na íntegra o meu feed back e depoimento de participação no evento "Ocupação Moda Cultural" que ocorreu este ano na cidade do Recife de 04 a 17 de Fevereiro e, para mim, foi emblemático para a área de uma maneira geral...

O meu nome é Caroline Monteiro Jacintho de Oliveira - já assinei também como Carol Monteiro, mas depois de algumas confusões entre eu e a outra Carol, que é hoje a gerente de moda da Prefeitura do Recife, resolvi assinar Oliveira.

Eu nasci em João Pessoa, morei anos em Salvador e em 2004 cheguei ao Recife para trabalhar na Luni Produções.

Desde então, sempre estive conectada com a área cultural da cidade. Na moda, eu comecei a atuar, efetivamente, em 2005 com uma marca de roupas então chamada de espelho meu. A minha sócia nessa marca (Camila Ferza) e eu chegamos a fazer 2 coleções oficiais entre "inter-coleções" paralelas, além de alguns eventos culturais de moda. Nós vendíamos, oficialmente, na Moda Nacional e Bendito Fruto (esta última de Carol Monteiro)- ambas localizadas no
Paço Alfândega, mas vivíamos divulgando, prospectando e correndo atrás de clientes de maneira bem pessoal para tentar sustentar "o sonho" de viver da criação, produção e venda de peças de roupas exclusivas e "não standartizadas"... 

No entanto, em determinado momento começaram a surgir "os nós e os contras": falta e muita dificuldade com a mão de obra terceirizada das poucas modelistas e boas costureias que existem na cidade e não estão empregadas em "fábricas de linha de montagem de reprodução da moda midiatizada"; nenhum apoio institucional ou financeiro para que pudéssemos levantar um capital de giro na produção de nossas pequenas e personalizadas "coleções de moda mais culturais do que comerciais";
dificuldade de fazer as nossas criações "ganharem o mundo e o corpo das pessoas", uma vez que o nosso produto encarecia demasiadamente ao entrar nas lojas voltadas pro mercado comum; nenhum evento cultural, de fato, produzido pelo governo e/ou prefeitura que tivesse a proposta de mostrar o que boa parte dos criadores locais andavam fazendo... enfim, muitos contras e quase nada a nosso favor ou que nos desse suporte para que continuássemos nos expressando culturalmente pela criação de vestimentas, produção de moda e figurino e ao mesmo tempo pudéssemos honrar nossos compromissos financeiros.

Camila Ferza desencanou da área de estilismo e foi trabalhar com produção de desfiles e cia. Hoje vive no Rio de Janeiro e morre de vontade de voltar para a sua terra. Eu ainda me determinei por volta de 2006 com uma nova marca chamada Alinhada. No entanto, depois de 3 coleções e 1 gravidez, percebi que precisava ampliar meus interesses profissionais e reconfigurar a amplitude de atividades da marca se não quisesse, literalmente, "ficar over" nas minhas finanças!

Enfim, como esse relato é sobre o Ocupação Moda Cultural e eu não posso me estender muito, com receio de não ser lida e/ou soar pessoal por demais, vou deixar as entrelinhas da minha trajetória para outro momento. Mas, não sem reforçar antes o quanto também é importante dar o meu "depoimento e feed back personalizado", uma vez que a minha produção de vestimentas - e acredito que de muitos outros profissionais da área com modos de atuação parecidos -  sempre esteve estritamente conectada ao meu repertório de vida e cultura.

O Ocupação Moda Cultural, na minha opinião, foi um marco, um divisor de águas na cidade do Recife no que diz respeito a cultura de moda pensada, produzida e vendida por aqui. Foi um evento que fez jus ao nosso potencial: investiu dinheiro público na estruturação e ambientação de um espaço que dialogou estetica e reflexivamente com o nosso trabalho e o apresentou a um público amplo e diverso!

A minha sensação no dia em que fui deixar as peças da Alinhada era de entusiasmo e comoção: tanto pela beleza e excelente organização proposta pelo evento, quanto pela possibilidade de, finalmente, ter alguma perspectiva financeira que valesse a pena num evento de moda fora do "mainstream mercadológico".

Também achei providencial os desfiles do Rec Beat serem deslocados para lá, pois trouxe
mais dignidade e impacto ao que se é apresentado dentro de desfiles de moda não convencionais- que agora foram realizados num contexto, especialmente, moldado para "enriquecer o olhar" em relação as propostas estéticas expostas.

Eu ainda não sei quais são as perspectivas de continuidade, multiplicação e/ou a permanência de um espaço para a moda cultural neste formato aqui em Recife - que repercutiu tão positivamente em "nomes e números", mas espero que a Prefeitura (principal apoiador) como também o governo tenham sentido o impacto e a importância de considerar esse tipo de "moda criativamente autônoma" feita aqui como uma expressão e linguagem cultural (cadê a nossa rúbrica nos editais de fomento?!!!) que também multiplica a pluralidade cultural do estado.


 

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

A Palavra Certa



Atravesso a noite com um verso
Que não se resolve
Na outra mão as flores como se
Flores bastassem
Eu espero...
E espero...

Não funcionam luzes, telefones
Nada se resolve
Trens parados, carros enguiçados
Aviões no pátio esperam
E esperam

A chave que abre o céu

Da onde caem as palavras

A palavra certa
Que faça o mundo andar

Não funcionam luzes, telefones
Nada se resolve
Trens parados, carros enguiçados
Aviões no pátio esperam

E esperam

A chave que abre o céu
Da onde caem as palavras
A palavra certa
Que faça tudo andar
(Hebert Viana)

Por um acaso, eu me deparei com essa canção em pesquisas que estou fazendo ao longo da semana... tenho me esforçado não só para escrever, mas para canalizar uma série de idéias em paralelo a tantas demandas e sensacões da vida pessoal que, ao contrário "das palavras" certas, caem do céu e nas costas a todo instante!

Ao mesmo tempo que o conteúdo desta letra de música não se conecta diretamente com os temas dos trabalhos que precisam ser pensados e pragmatizados, ela traz uma metáfora sutil para a vida de uma free la e sentimental como eu- que tenta não só trilhar um caminho minimamente digno, atento e estável com os projetos culturais, mas na relação com todos os seres humanos com os quais me deparo nas minhas jornadas...

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Estréias e idéias tardias, mas sempre providenciais e bem vindas!

noitedeestreia.blogspot.com/

João Pessoa é a minha cidade natal e, como tal, conheço todas as suas qualidades e dilemas de longas datas...

A cidade cresceu, se desenvolveu e melhorou um bocado na sua vida cultural e noturna ao longo dos últimos 10 anos. Mas, se tem uma coisa que ainda é um calo local- principalmente pros cineastas, cinéfilos ou apenas o público que gosta de assistir filmes diferenciados e autorais- é a falta de um centro cultural que tenha uma sala de cinema bem equipada e bem programada!

Infelizmente, os complexos de cinema dos três maiores shoppings centers da cidade só abarcam uma programação como a desta mostra se houver "o olhar e o dedo" das turmas que pensam e, verdadeiramente, amam a arte de fazer e ver filmes- não só de ganhar dinheiro com platéia e pipocas!

Então divulgo aqui, merecidamente, a iniciativa dos comparsas (da qual também fiz parte, mas só não arregacei as mangas in loco por questões pessoais) e faço um apelo para que levemos adiante o projeto do nosso desejado festival de cinema com uma foco em curadoria, crítica e cinefilia... além das nossas divertidas e despretensiosas festas, é claro. Pois, afinal, João Pessoa é a cidade onde o sol nasce primeiro e vai ficar sempre recebendo os filmes bacanas por último?! ;)

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

"OcupAções... minhas e outras!"

... a vontade de escrever é diária, compulsiva, mas também a concentração pra tal depende das demandas prioritárias do dia a dia que- além das necessidades básicas- são transitórias, impermanentes... assim como a vida!

Este compromisso de atualização formal para que eu seja lida me dá pânico e se conecta com essa neurose da conectividade exarcebada, gratuita e superficial que existe em todas as mídias eletrônicas agora... Eu só poderia me dedicar a profundidade e constância dos "meus ditos escritos" aqui se isto fosse um trabalho que eu ganhasse por tal e, dessa forma, garantisse parte de minhas contas!

Mas, para não entrar na "invisibilidade arcaica", eu tenho me conectado - de maneira "quase que forçosamente instintiva com a onda dos novos tempos"- mais ao facebook e twitter.

Quase sempre, quando tenho algo de fato a dizer, eu preciso de tempo, de bastante tempo e isso é artigo raro para uma mãe dedicada e profissional free lancer como eu :(

Bem, passada a minha já "clássica ladainha nariz de cera", vamos aos fatos...

Três meses se passaram desde a última vez que estive por aqui e não sei, nem prometo mais, qual a próxima que volto... Tanta coisa aconteceu na minha vida pessoal e profissional desde então: meu pai que eu não via a 13 anos voltou dos EUA muito doente e isso "abalou" as minhas estruturas; eu aprovei um projeto de moda e artes visuais no edital Funcultura de 2011 (Governo de PE); fui escanteada e desgostada injustamentee em produtora de audiovisual do Recife e isso me deixa cada vez mais desgostosa por lá; construí uma morada provisória na casa dos meus avós maternos (meus segundos e reais pais- que já estão com mais de 80 anos e eu não sei quanto tempo de convivência ainda terei com eles!) em João Pessoa desde o mês de Novembro; passei um super ano novo em Baía Formosa (RN) ao lado de bons e queridíssimos amigos de JP; fui sacaneada por um filho da puta que bateu atrás do meu carro e como ele não tinha seguro, eu ainda acionei o meu pra cobrir o dele, fiz um acordo financeiro e ingênuo com gente estúpida que desapareceu depois que teve o seu problema resolvido; acabei de fazer um figurino de um dos filmes do projeto e cooperativa de cinema aqui de JP que eu adoro, a "Filmes a Granel"; encontrei uma boa parceira de trabalho em uma querida de longas datas (Ju Dias) também aqui de JP; farrei pra valer e tive ressakas como nunca mais; fui ao casamento- que eu previ a 4 anos atrás- de uma das minhas melhores amigas de JP com um querido de Madrid (Fidel); curti "pacas" o Baile do Cafuçu na Boate da Caixa também aqui em JP; encontrei novos amigos (se isso ainda era possível) e cada vez mais as possíveis parcerias de trabalho se fomentam, mas... agora é hora de voltar pro Recife e executar tudo o que eu preciso para fechar, da melhor maneira possível, os ciclos que ainda tenho que empreender na cidade: projeto aprovado e algum outro a aprovar; monografia e"possível livro de figurino em parceria" com Bárbara Gollner e uma vida pessoal para continuar edificando num contexto urbano e geográfico que não te alisa quase nunca!

(Parênteses)

Bem, como estou escrevendo acima um relato topificado e relativamente de relance, não vou expor mais entrelinhas... Talvez seja melhor finalizar este post com uma informação aparentemente despropositada do restante, assim como é a absurdez do carnaval- que por falar nele, é jájá, sim?!

Pois então, estou expondo simples e novas peças da Alinhada, assim como algumas preciosidades ou barganhas do meu acervinho no Ocupação Moda Cultural que está rolando em Recife no Paço Alfândega todos os dias até o 17/02 das 12h as 22h. Confesso que este evento me deu um sopro de brisa leve e suave de alegria para voltar a minha "real life" lá... quando visitei o lugar da ocupação, me dei conta que estão surgindo "possibilidades de união e lugar ao sol" para os criadores alternativos e personalidades (não só artistas consagrados!) locais que não foram representados, por exemplo, na última edição da revista FFWMag- que é temática de toda a expressividade cultural do estado e diz no editorial que "Podemos afirmar com orgulho que dissecamos Pernambuco."... vejam só, será mesmo?! :/
(http://ffw.com.br/hotsites/mag/)

A revista, como sempre, é visualmente linda, traz ótimos conceitos, textos e fotos, mas me deixou um pouco passada com "a mesmice da padronização do que é bom gosto numa outra localidade que não Rio, São Paulo, BH e sul do Brasil (mas que terminou fazendo mais um editorial a cara destes!) e do que é bom no vestir, no modos e na moda"... Caramba, tanta gente estilosa e expressiva já de cara na capital recifense (imagina pelo resto do estado!), mesmo que não produzindo, mas se fazendo notar pelo jeito de ser e falar, usando nossas humildes e trabalhosas peças feitas e acompanhadas em todas as etapas por um corre corre suado para comprar tecidos, pensar em propostas e terceirizar costureiras... Enfim, eu tinha pensado em escrever um texto só sobre essa "falta de rua e cidade real" que senti na revista e talvez o faça, mas o meu ritmo mental e inconstante não quer deixar agora, e mais uma vez, muito pra depois ou pra um simples twitt o que me inquieta para ser dialogado e refletido (não desmerecido, que fique claro!)...

Bem, abaixo segue o flyer de um evento super emblemático e especial que está representando neste pré-carnaval algumas humildes -"pero non sem identidade"!- expressões de modos e modas do Recife com produtos dos e para os"alternativos-culturais-que-não compram ou não podem comprar sempre-na-DonaSanta"!

Até o dia 17/02 das 12h as 22h no Paço Alfândega em Recife